(mais uma vez as palavras nascem na madrugada amiga)
manhã cálida
penumbra de ser algo
por trás das nuvens escuras
a casa protege-nos da chuva
mas mesmo assim
a chuva atravessa-nos
chove-nos na alma
seca-nos de tédio
aperta-se-nos o peito
e precipitamo-nos
em folhas suicidas
das margens de nós
para o rio
partimos
talvez um dia
este rio nos traga
talvez um dia
este rio nos trague
quiçá amanhã
a noite nasça
em nova alquimia
quiçá voamos
como fomos
como folhas
quiçá voltamos
ao vau do rio
berço e caminho
penumbra de ser algo
por trás das nuvens escuras
a casa protege-nos da chuva
mas mesmo assim
a chuva atravessa-nos
chove-nos na alma
seca-nos de tédio
aperta-se-nos o peito
e precipitamo-nos
em folhas suicidas
das margens de nós
para o rio
partimos
talvez um dia
este rio nos traga
talvez um dia
este rio nos trague
quiçá amanhã
a noite nasça
em nova alquimia
quiçá voamos
como fomos
como folhas
quiçá voltamos
ao vau do rio
berço e caminho
blandino
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